segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cedo Demais

O verbo é ceder, o advérbio é de intensidade e a história é a mesma.

Dias, noites, madrugadas, fogos de artifício, brindes, abraços, e nada... nada muda além do calendário. Outra imagem dócil com os mesmos números e letras, fases da lua, feriados e o mesmo coração. Obviamente, de forma lenta e gradual, houve mudanças: formou-se crosta, mas o recheio é o mesmo.

Sobram motivos, faltam atitudes e o tempo se vai. E se vai levando os motivos, rebocando oportunidades, rumo ao horizonte. Sem arco-íris e, muito menos, pote de ouro. Deve haver gnomos, mas neles não se crê por aqui.

Uma folhinha de papel não pode mesmo levar angústias, incertezas e, infelizmente, também não carrega medo. Da mesma forma, nada traz. É lixo - a reciclar ou não - é lixo. Mais uma jornada temporal, lua seguindo sol, pêlos que crescem e tudo igual ao redor? De novo?!

Foda-se! Ah, Como é fácil falar, silenciar, pensar, planejar, analisar, estudar, antever, prever, vislumbrar, desejar, afastar, reaproximar... mas é sempre assim: ao final, um "foda-se" arremata. Seja ele verbalizado, imaginado, anunciado, tácito, unânime ou psicografado.

Sejamos bons, sejamos maus, sejamos nós. Céu e inferno que se degladiem. Somos gente e gente não precisa de antônimo. Precisa? Seria bicho? E já não há bicho que é gente? Sim, há bicho silente, resignado, acomodado, valente, preguiçoso, carente, amável e "filadaputa".

E a vida segue: mais pensada em sessões, emplumada por cessão, minada por exceções.

Vamos em frente que algo muda. Não basta querer. Não é suficiente ter fé. Algo haverá de mudar, nem que seja da noite pro dia - o que implica haver uma madrugada de labuta - mas mudará. A propósito, muitas madrugadas de labuta já levaram a quase nada, mas sempre algo ficou diferente: o dia seguinte, até que o último surja.
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