terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Está Tarde

Sim, está tarde, mas também é cedo.
Ainda é tempo, nunca é sem tempo.
Infelizmente, temos cedo e tarde:
Um para dizer que venha,
Outro para pedir que fique.
Um para aconchegar, sorrir;
Outro para sair daqui.

Meu cedo, teu tarde, nosso tempo.
Tempo de menos, espera demais.
Relógio, ponteiros, pilhas, o sol.
A lua, as estrelas, os copos, os corpos.
Cedo ou tarde? Sei lá, nem ligo.
Sono ou preguiça, abraço... o tempo?
Cedo para mim, tarde para nós.

Nós, laços, linhas, fitas, almofadas.
Cedo para tecer, tarde para... para quê?
Letras, palavras e eles, os números:
De um a doze, de zero a sessenta.
Relógios de novo?! Areia da praia.
É cedo ou tarde? Não sei.
Sei que dá tempo, eu acho que dá.

Excelência, lógica, parágrafo.
Fonte, linha, coluna. Tempo de novo?
Tempo, horas, segundos, frações:
Quebradas medidas, quebrados controles.
Será que ainda vai dar, Tempo?
Silêncio! É cedo, mas está tarde.
Está tarde, mas ainda é hora.

Calendários de nove a dez, de doze a um.
Relógio na gaveta, na penumbra.
Face que mostra, tez que denuncia.
Tempo da lua, noites e dias...
Mas sei que há tempo, ainda é tempo.
Depende. Dos olhos que brilham,
Da dor , da alegria.

É... está mesmo tarde.
Mais longe do cedo ou perto do fim?
Mais perto da lua, fugindo do sol.
Menos, mais, cedo, tarde,
Quem foi, vai, viu ou veio.
Dia menino, noite senhora, tempo senhor.
Nunca, sempre, assim para sempre.
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