sexta-feira, 17 de julho de 2009

Jeitinho e Jeitão

Por todos os lugares, em todos os níveis sociais ou de instrução, o "jeitinho" tem seu espaço e isso não é novidade. Pelo contrário, é usual, é legal (polegar para cima) e, é claro, todos usam! Será?

O tal "jeitinho brasileiro" tem raízes corruptas, alma corrupta e, para muitos, é algo bom, pois sua essência é tirar vantagem e isso, nas mentes envolvidas, pode até ser inofensivo.

A matéria destacada é retrato de um ciclo de jeitinhos com jeitão de trambique, mas a possibilidade de levar vantagem é capaz de cegar. Ela ludibria os incautos e alimenta os "espertos"- é o risco bom, o o risco de passar alguém para trás.

Assim fica fácil, não é? 

É um caso típico em que enganado e enganador se equivalem, pois ambos tinham o mesmo propósito: "se dar bem". De boa ou má fé, casos assim só chegam às páginas policiais porque a corrente quebrou, porque alguém perdeu.

Sempre há prejudicados, mas o jeitinho é cíclico. Sua natureza pressupõe que todos o adotem e, em dado momento, quem fora prejudicado daria o troco usando do mesmo expediente.

Para este caso, em resumo, o agente não governamental cobrava pelos imóveis, oferecia prioridade e "garantia" de que a seleção para receber o benefício se esgotava com o pagamento. Os que foram à polícia se dizem - e foram - prejudicados, mas devem se doer mais ainda ao imaginar que, muito provavelmente, outros também pagaram e "se deram bem".

O que isso implica?! Implica que, para bem dos que dizem que o mundo é dos espertos, o jogo continua e mais oportunidades virão.

Enganados, enganadores, jeitinho e jeitão, de qualquer jeito, continuam por aí.

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